domingo, 22 de março de 2009

Matriz Energetica

MATRIZ ENERGÉTICA BRASILEIRA - Hidrelétricas ainda tem preferência DIVERSIFICAR A MATRIZ ENERGÉTICA
O empenho do governo para diversificar a matriz energética brasileira não alterou a tradicional preferência dos investidores pela hidreletricidade. Com a explosão da crise de energia, no primeiro semestre de 2001, os projetos em hidrelétricas ganharam ainda mais visibilidade, principalmente diante dos riscos apresentados na construção de termoelétricas, como a indefinição do preço do gás cotado em dólar.
Atualmente, existem no setor 54 hidrelétricas em processo de construção ou de licenciamento ambiental, totalizando quase 17 mil megawatts ( MW ) de potência. Em 12 de julho ( 2002 ), outras oito concessões com capacidade de geração de 1584 MW serão licitadas.

Os números expressivos, no entanto, estão longe de traduzir a riqueza hídrica do país, cuja exploração atinge apenas 27% do potencial nacional, estimado em 257.920 MW. O problema é que os maiores aproveitamentos se encontram na Região Norte, principalmente na Bacia Amazônica, onde os projetos esbarram nas complexas e necessárias - leis ambientais.

Iniciar um empreendimento nessas áreas significa " comprar " briga com poderosos ambientalistas e correr o risco de não finalizar a obra.

Exemplo disto, é a Usina de Belo Monte - chamada de Itaipu do Norte -, localizada no Rio Xingu, no Pará, que há 20 anos vem sendo estudada. Por pressões ambientais, o projeto já foi alterado algumas vezes, mas ainda não saiu do papel.


BENEFÍCIOS
A preferência por hidrelétricas não existe por acaso. Sua atratividade está na energia mais barata, já que o combustível é a água. Segundo a superintendente da Aneel, Rosângela Lago, em média o custo é de R$ 1,5 mil para cada quilowatt ( KW ) instalado. Isso significa em torno de R$ 50 o MWh, bem diferente dos quase R$ 100 da energia das termoelétricas movidas a gás natural. Mas é importante ressaltar que o custo depende de cada empreendimento e da captação de recursos para a construção da usina, é o que alerta o professor da Universidade de São paulo ( USP ) , Ildo Sauer.

Além de ser uma energia mais barata, a hidrelétrica esta livre do risco cambial das térmicas, provocado pelo fato de funcionarem com gás importado ( sujeito as variações do dólar ).
De acordo com investidores do setor " A matriz energética continuará preponderantemente hídrica nos próximos anos "

Para o professor da Universidade de São Paulo ( USP ), José Goldenberg, além dos problemas de regulamentação, a preferência por hidrelétricas é uma questão cultural. Por isso, alerta, todo aquele monte de usinas térmicas autorizadas pela Aneel corre o risco de não sair do papel. "A diversificação da matriz energética não vai ocorrer na velocidade que o governo gostaria".

Outro fator favorável as hidrelétricas, é que, a maioria dos equipamentos usados na construção é nacional, o mesmo não ocorre com as usinas térmicas. O Brasil desenvolveu expressiva capacidade tecnológica em torno das usinas hidrelétricas por meio da indústria civil e de equipamentos, serviços de engenharia e capacidade de planejamento e otimização do sistema.


VULNERABILIDADE
Por outro lado o investimento numa hidrelétrica é maior, e o prazo de maturação do projeto é longo, se comparado com uma usina térmica. Enquanto que uma termoelétrica fica pronta em cerca de um ano, as hidrelétricas demoram mais de cinco anos para ficarem prontas e começarem a faturar.

Outro ponto contra as hidrelétricas é o vulnerável sistema nacional de transmissão de energia, pois as usinas ficam distantes dos grandes centros urbanos, exigindo altos investimentos na expansão do transporte. Nesse caso as termoelétricas levam vantagem, pois podem ser instaladas próximas dos centros de consumo.

De qualquer forma, o mercado parece interessado em trazer de volta as grandes hidrelétricas. Além de Belo Monte, a Eletronorte está iniciando inventário da Bacia do Rio Tapajós, cujo potencial pode chegar a 14 mil MW, porém é consenso de que , por questões ambientais, sociais e agrárias nem todo esse potencial hídrico poderá ser aproveitado. Mas também não poderá ser negligenciado a favor de uma energia mais cara, como é o caso das termoelétricas.


Brasil implantará mais 113 usinas hidrelétricas - Agência Estado - 23/12/2002
O sistema elétrico brasileiro deverá ganhar nos próximos anos 113 novas usinas hidrelétricas, de pequeno e grande porte.
Porém estas novas usinas apresentam um novo perfil, quase 90% dessas unidades não terão reservatório para armazenar água. Ou seja, a contrução das usinas aumentará a potência instalada no País, mas não vai alterar muito a capacidade de estoque de água no sistema.
De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), do total a ser instalado , apenas 13 usinas licitadas entre 2001 e 2002 terão reservatório.
As usinas sem reservatório, chamadas de fio d`água, ajudam a poupar a água consumida em algumas represas , mas em períodos de seca pouco podem fazer. Isso porque essas unidades geram energia apenas com o fluxo de água do rio. Assim em período de seca, sua geração de eletricidade tende a diminuir, o que pode ser arriscado para o sistema eletrico.
Dados da Aneel, mostram que atualmente que, 80% da matriz energética brasileira é hídrica e apenas 17% é térmica ( incluindo as usinas movidas a óleo diesel, bagaço da cana etc. ).
Dados da Associação Brasileira das Geradoras Térmicas ( Abraget ), das 39 usinas a gás previstas no Programa Prioritário de Termoeletricidade ( PPT ), apenas 10 foram concluídas, outros 16 estão suspensos, e 7 estão com o cronograma em atraso.
A principal pendência das usinas a gás , que ainda não foi resolvida, é o preço do combustível, que segundo o novo governo será motivo de negociação e urgência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário